Vitrine de Ideias : RELATO DE EXPERIÊNCIA

Era para ser apenas uma leitura de Shakespeare

No segundo trimestre deste ano, 2013, o primeiro ano do Ensino Médio do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora de Lins tinham como proposta de leitura o clássico Hamlet, de William Shakespeare.

A leitura faz parte do conteúdo programático do trimestre, Gêneros Literários, e esta seria uma ilustração do gênero dramático.

A classe não é numerosa, éramos no início vinte alunos, mas hoje, com a saída de alguns, somos dezesseis.

Após estudarmos as características do gênero dramático e, especificamente da tragédia, os alunos fizeram uma pesquisa sobre Shakespeare, no laboratório de informática. Em uma aula posterior, partilharam o que haviam pesquisado.

A proposta de leitura veio logo a seguir - :

HAMLET

Hamlet é uma tragédia de William Shakespeare, escrita entre 1599 e 1601. A peça, situada na Dinamarca, reconta a história de como o Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai Hamlet, o rei da Dinamarca.

No início, alguns alunos sentiram dificuldade com a leitura, por isso lemos alguns trechos em sala de aula. Depois, os alunos continuaram a leitura sozinhos. Durante esse período também percebi que alguns liam a releitura, adaptações da obra original e poucos liam resumos. Com o comentário entre eles, estes acabaram por se interessar pela leitura.

Fizemos a primeira avaliação da leitura no dia 10 de junho .

HAMLET (William Shakespeare)

1- Por que este livro pertence ao gênero literário DRAMA? Em que modalidade se encaixa? Por quê

2- Em quais circunstâncias o pai de Hamlet foi morto? Quem planejou o crime? Por quê?3- Como o filho do rei descobriu isso?

4- Disposto a vingar a morte de seu pai. Hamlet pensa em algo que fará com que o autor confesse o seu crime . Qual era o seu plano?

5- O que aconteceu com Ofélia? Comente sua trajetória e seu amor por Hamlet?

6- Interprete essa frase de Hamlet: “ Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que pode sonhar tua filosofia.”

7- Em que momento da obra Hamlet diz essas palavras: “Ser ou não ser, eis a questão” - A que fato de sua vida faz referência essa reflexão?

8- Em que essa frase representa uma metáfora da própria natureza humana em suas contradições? Explique.

9- Para que Hamlet conseguisse aproximar-se da verdade sobre a morte de seu pai, fingiu-se de louco. A loucura tem sido um dos mistérios da alma e da razão humana. Para você qual o limite entre a lucidez e a loucura?

10- Quais as paixões humanas discutidas em Hamlet?

11- Segundo a psicanálise todo ser humano traz em sua personalidade um pecado capital. Qual pecado teria sido despertado em Hamlet, pela figura fantasmagórica de seu pai?

12- Honrarás pai e mãe”. Reflita e comente a postura de Hamlet diante desse mandamento.

13- Como era o plano do rei Cláudio para matar Hamlet? Deu certo? Relate o episódio.

14- Você achou essa ideia verossímel? Você teria outro plano?

15- Conte com suas palavras o desfecho da trama e justifique assim porque ela é classificada como tragédia.

16- Qual o tema do livro Hamlet?

17- Imagine que você vá escrever uma resenha crítica. Coloque aqui como você resumiria a obra de W. Shakespeare e quais suas impressões sobre ela.

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FILME - HAMLET

Em um segundo momento assistimos, também, ao filme homônimo – Hamlet. Dirigido por

Franco Zefirelli e estrelado pelos atores: Mel Gibson, Glenn Close e Alan Bates. O filme foi produzido no ano de 1990.

Os alunos gostaram muito do filme, assistiram a ele com atenção e motivação. Ao final da sessão fizemos um debate em que participaram com opiniões e comparações entre a obra literária e o filme. Neste momento também enriquecemos o debate com a análise da tão famosa frase “ Ser ou não ser, eis a questão” e contextualizamos , reforçando a compreensão da mesma dentro da obra e também fizemos a ponte com os nossos dias, ao levantar a mesma indagação em situações do cotidiano.

O filme chamou atenção de algumas partes, como o amor entre Ofélia e Hamlet, assim como o fato de usar do teatro para sensibilizar o tio assassino e a dúvida instaurada na alma do filho, dividido entre vingar a morte do pai e poupar a mãe.

Motivados pela leitura e pelo filme, ficou combinado que , em grupos , escolheriam um trecho da obra original e fariam uma releitura ou uma apresentação teatral ou ainda um vídeo como experiência do gênero dramático em ação, ou seja, gênero espetacular. A apresentação foi agendada para as primeiras semanas de agosto, após o retorno das aulas.

Alguns grupos fizeram a apresentação (dois) em sala de aula, escolheram trechos curtos, porém significativos. Um grupo optou por produzir um vídeo com uma releitura cômica da obra e um quarto grupo apresentou um trecho original da obra, o Ato V – cena I , onde dois palhaços conversam no cemitério de Elsinore e chegam Horacio e Hamlet.

Assistam à cena que surpreendeu a todos, pois o grupo é formado por alunos tímidos, com dificuldade de se expressar e que se soltaram na representação.

Guilherme - Andres e Gabriel - 1o. Ensino Médio

Depoimento de uma das alunas:

Hamlet é uma tragédia escrita por Shakespeare e é a mais representada em todos os tempos. É a peça mais longa escrita pelo autor com 4042 linhas, 29551 palavras, 75% delas em versos e 27% em prosa.

Na peça, Shakespeare nos leva à Dinamarca, onde o rei Hamlet morreu, e aparece como espírito para seu filho que, movido pela vingança , até mesmo finge-se de louco para matar seu tio e também assassino de seu pai, o rei da Dinamarca.

Hamlet é uma peça que EME muitos aspectos nos leva a refletir “ser ou não ser, eis a questão”, a cena dos coveiros e muitas outras fazem-nos pensar bastante . numa primeira leitura, Hamlet é um pouco difícil de entender, por causa de sua linguagem difícil e falas longas.

Além da reflexão, na peça existe a questão da amizade, vingança, loucura e o amor Shakespeariano entre Hamlet e Ofélia, um romance à La Romeo e Julieta, onde os dois morrem no final.

O filme é muito fiel ao livro em vários aspectos, algumas falas são até mesmo iguais. Nele, temos melhor entendimento do livro. O contexto histórico também está presente nele, pois Gertrudes beija Hamlet na boca, ainda existia a monarquia.

O que gostei muito no filme foi que além de ser fiel ao livro, havia partes de comédia, onde Hamlet usa do sarcasmo para se fingir de louco: ““O que está lendo meu Senhor?” “Palavras, estou lendo palavras”.

Baseados nisso, quando fomos encenar a peça, quisemos fazer algo que não saísse muito do contexto da peça, mas que fosse divertido, engraçado, uma tragicomédia. Pela falta de pessoas, tivemos que mudar um pouco a história e os personagens Hamlet se tornou “Hamleta”.

Foi muito bom fazer a peça, pois será algo que nunca mais vamos esquecer. Todos gostaram e também mudou, por exemplo, a minha opinião sobre a peça. Quando li o livro ( nunca tinha lido um drama) foi muito estranho para mim e eu não gostei muito. Depois que assisti ao filme, o meu conceito sobre a peça Hamlet subiu um pouco, mas após a encenação , achei a história de Hamlet maravilhosa, e não mais algo maçante que pensei que fosse.

(Mayumi L. B. Sassa – 1º. Ensino Médio)